segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

REFUGIADOS

Um sopro húmido de inverno sombrio
corre-me nas veias ocas, roxas de frio…
Canta-me a música de embalar das ondas,
rebentando contra as rochas graníticas,
resfolegando nas proas dos navios de gente
que viajam sem destino, fugindo do abismo…

Abre-se uma clareira entre o mar esculpido de luz…
Terra firma…
… Emerge levantada por sereias noturnas,
esconderijo seguro para acolher almas perdidas
que transbordam alegria, esperança
como pirilampos que mergulham nestes fios de cabelo
com que me cubro durante a gestação das marés.


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