quinta-feira, 9 de junho de 2016

O Devir



Corro pela avenida deserta de gente,
despida de vultos e sombras,
ausente de vento e paisagem…

Pálpebras fechadas, pestanas cerradas…
apenas duas lágrimas me aconchegam a face
e me fazem sentir viva…

Corro, esvoaço sobre o mar invisível,
perco-me entre dunas de areia intangível,
absorvo o sal desta água que me toca os lábios
não é fria como a chuva, mas quente…

Nado contra essa corrente morna e transparente
que me inunda o olhar cego
para te colher ainda fresco e sumarento.


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