Como arrancar da carne viva
a viscosidade daninha que te infeta a vida,
o doce fel que te penetra o ventre moribundo,
devorando-o em espuma e sal...
Mar que engole a areia húmida
prestes a explodir contra as rochas vulcânicas
que te circundam o corpo inconsciente.
Como apagar essa cor violeta
que te mancha o rosto adormecido,
as sombras negras que desaguam nos olhos
numa aguarela mutante sem fim.
De lábios comprimidos um no outro,
tento não expelir este grito mudo
que me fere a garganta seca
com punhais de álcool etílico.
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