sábado, 20 de setembro de 2014

Lua

Abandono-me no teu leito sedoso,
entregue ao teu toque e ao teu perfume de almíscar
para te sorver o néctar que brota dos teus poros,
para me provares a seiva quente
que me palpita o ventre húmido.

Sou feita de mar e céu
prenhe de água doce e salgada,
para te purificar o corpo em chamas,
banhar-te num manto macio
de volúpia e prazer,
enquanto arquejo no teu colo ereto,
cavalgando sobre os teus ramos,
carregados de suculentas frutas.

Destilas rum sobre a rigidez dos mamilos colados a ti,
enquanto me penetras com suavidade
na concha firme e flexível
como uma boca de seda humedecida,
sedenta dos nutriente
que te correm na guelra.

Como uma abelha viciada em pólen
procuro-te entre o jardim de girassóis e madressilvas
mas não te encontro rosmaninho,
esse aroma fresco e pungente
com que me beijas a vulva em fogo
e os lábio em licor de amora.

Vem-te em espuma
como as ondas que lambem a areia prateada...
Rasga o firmamento
como uma estrela cadente
e transforma-te no planeta de água
que preciso de orbitar para de novo ser Lua.

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