segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Fénix















Percorro o asfalto de pés descalços,
é uma língua negra, vazia,
que me tinge de silêncios líquidos
e me enrola de dúvidas cheias de espinhos
como os catos que rareiam
neste solo de areia fina e pálida...

Caminho estrada fora...
o olhar preso na linha ilusória do horizonte...
as memórias cravadas no peito,
seladas em crostas de sangue seco...

Guardo cada pétala que encontro perdida 
neste mar de cimento compacto e sem vida...
Vou colhendo essas migalhas de sonho
que se soltaram daquela nuvem dourada,
a mesma que nos fez voar como pássaros de fogo
sobre o castelo encantado da eternidade!

Se caí, volto a levantar-me como a fénix que renasce das cinzas
para trepar essa corda que seguras do alto dessa nuvem
e devolver as pétalas perdidas do nosso jardim mágico!

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