sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Harpa virgem



















Toco a harpa virgem
de cordas finas, esticadas
no meu corpo de pele e carne…

Emito os agudos cristalinos do gelo
e os graves que habitam os trópicos…
A partitura despida de notas,
pautas vazias que deambulam ao meu compasso
e vão escrevendo a melodia febril
que me transpira dos poros abertos…

Veias dilatadas, camisa desabotoada,
abro as portadas rijas de madeira antiga:
entras leve e fresco vindo do orvalho da manhã,
trazes jasmim e rosas no teu dorso invisível…

Estremeço com esse toque de veludo,
levas-me num tufão brando de pétalas e folhas
e sopras-me o segredo da vida!

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