terça-feira, 20 de outubro de 2009

Janela de vidro

A manhã acordou sem orvalho,

sem o chilrear dos pássaros cantores…

As primeiras cores do dia desmaiaram

sobre os finos lençóis de luz violeta

que me cobrem o corpo pálido.


Olho o aguaceiro agoniado,

arranhando as faces de vidro

do meu rosto reflectido na janela…


… respiro-te o dióxido de carbono fantasma

e aconchego-me nessa ausência gelada…


Um uivo triste esvoaça perdido

por entre os ramos despidos da floresta

e refugia-se nos escombros deste edifício,

outrora um palácio de rosas e madressilvas.


Bates à janela e deixo-te entrar!

Mergulho nas tuas asas macias,

de penas brancas,

e voamos ao encontro do orvalho da manhã!




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