domingo, 26 de abril de 2009

Ser inexistente

Escuto-te do interior desta concha,

febril e húmida.
Vestígios de ti,
espinhos invisíveis
tingem-me a alma de negro!

Olhos de terra presos no horizonte…

Pesadas nuvens
rasgam-me o ventre
encharcado de sal e água!

Puxas-me o cabelo para trás,
enquanto me acaricias as pernas
arranhadas da escalada do tempo.
Voo nas tuas asas de vento.
Sinto-te mesmo inexistente!

Serás fruto do sonho
Da imaginação imbecil?

Quero abraçar-te num só suspiro
Quase homicida, quase suicida,
esvaindo-me num manto de pétalas
sobre um arco-íris perfumado de rosas;
ser alimento de corvos
chuva que cai torrencialmente
maré-cheia, espuma branca na areia
ou raio de luz que beija os mamilos em flor…

Quero ser e não existir…



My Weakness - Moby do álbum "Play"

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